“(...) O Conjunto caracterizará a silhueta da cidade e já se prediz que constituirá ele, na impressa e na tradição oral, a ‘marca registrada’ de Belo Horizonte, ou seja, o que é a Torre Eiffel para Paris ou o Rockefeller Center para Nova York”.
Juscelino Kubitschek de Oliveira, Jornal Tribuna de Minas, 1952
Um edifício dividido em dois blocos de 26 e 36 andares assume-se como lugar de passagem e de moradia permanente, serviços rodoviários, de hotelaria, funcionalidade moderna com amplo espaço para convivência, restaurantes, museu de arte, boate, teatro, cinema, “jardim encantado”, “restaurante americano onde tudo é rápido e o serviço é extremamente econômico” constituem o projeto que foi vendido com simulações da vida cotidiana dos indivíduos que pro ali passariam ou morariam.
Utilizando o significado de utopia do autor Teixeira Coelho, “a esperança de que aquilo que não é, não existe, pode vir a ser; uma espera, no sonho, de que algo se mova para a frente para o futuro, tornando realidade aquilo que precisa acontecer, aquilo que tem de passar a existir”, podemos perceber que o Governo desejava ter um novo modo de vida urbano, planejado estrategicamente em uma parceria entre os setores público e privado com a intenção de fazer deste um marco, um local de moradores, usuários e freqüentadores, uma “cidade” dentro da cidade, que nos seus arredores e interiores encontram-se todos os suprimentos necessários para propiciar aos cidadãos um modo de vida moderno. Caracterizando como um espaço heterotópico, diferente de qualquer outro prédio existente em Belo Horizonte.
Observa-se que o projeto não se completou ou foi desvirtuado de suas funções originais. Deixando o seu caráter heterotópico, assumindo a isotopia uma vez que comparado a outro prédio da metrópole se expressam e se leem de modo que se possa aproximá-los.
“A diferença ‘isotopia-heterotopia’ só pode ser concebida corretamente de uma maneira dinâmica. No espaço urbano, sempre acontece alguma coisa. As relações mudam; as diferenças e contrastes vão até o conflito; ou então se atenuam, são erodidas, ou corroídas.” (LEFEBVRE)
A rotina do CGJK vai se formando durante os dias, envolvendo pessoas e manequins.
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